Sapiens: Uma breve história da humanidade / Yuval Noah Harari/ Homo Sapiens

 



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Moisés Alves Muniz: Caro Sapiens, venho discorrer em breves palavras por meio de uma resenha crítica sobre o livro Sapiens: Uma breve história da humanidade / Yuval Noah Harari.

            Este livro sem dúvidas é uma excelente obra do século XXI, discorre em algumas páginas uma história de tempo geológico, daí um desafio, no entanto, Harari foi feliz em suas palavras de modo claro e sem complicações, traduzindo aquilo que os cientistas em seus laboratórios estão inovando nas mais altas tecnologias disponível e as potencialidades futura. Isso é como pegar uma língua da sua forma mais erudita e refinar para a língua falada no cotidiano sem baixar o nível intelectual.

            Esta obra é dividida em alguns eventos, são eles: Revolução cognitiva, Revolução Agrícola, e Revolução Científica. Dentro dessas três revoluções é feita toda a narrativa histórica. É uma narrativa diferenciada de todas as encontradas nos livros didáticos, trazendo um ponto de vista bastante crítico e reflexivo.

            Contudo, mesmo trazendo essas três revoluções como tópicos, seus subtópicos são bastante diferenciados, uma verdadeira pluralidade de conteúdo, desde as primeiras espécies de homo passando por assuntos, como: famílias nucleares; paternidade compartilhada; dizimação de espécies animais incluindo as espécies homo; realidade imaginada dentro desse tópico a objetividade, subjetividade e intersubjetividade; a ciência em uma constância relação com os impérios, etc.

            Portanto, o mais predominante nessa brilhante obra é a ordem imaginada que se faz presente do começo ao final. O que seria a ordem imaginada? Conforme Harari é tudo aquilo feito com a cooperação da imaginação, é aquilo que não existe por si só, mas que está na cabeça das pessoas, não de um ou dois, mais de milhares daí sua intersubjetividade, se todos concordarem que não existe deixará de ser, é o contrário da objetividade que poderemos usar como exemplo a gravidade, ela existe mesmo se todos concordarem que não existe, porém, os direitos humanos, o dinheiro, o Estado, a pessoa jurídica, só existe porque todos cooperam crendo que existe, no momento que todos não acreditar que existe, deixará de existir. Em minha visão particular costumo pensar esse assunto quando assisto alguma série ou filme apocalíptico, por exemplo, The Walking Dead, essa situação narrada em uma série ou filme, o Estado já não existe, os direitos humanos também, muito menos o dinheiro, no entanto, a gravidade, e radioatividade permanece a existir.

            Por conseguinte, essa obra é recheada de assuntos relacionados a tecnologia, a bioengenharia, biotecnologia, e traz um fato bem interessante sobre a questão da amortalidade que é diferente de imortalidade, em que, aproximadamente 2050 séria provável a ciência ter evoluído ao ponto de tornar alguns Homo sapiens amortais, onde só poderia morrer por meio de um acidente. Isso graças ao avanço da medicina regenerativa.

            A Revolução cognitiva é marcada por alguns avanços, o que acredito ser mais interessante é a descoberta de como fazer o fogo, foi ele um grande evento na história da humanidade, através dele o Homo sapiens pode passar a comer carne defumada, descobrindo novos sabores, devido ser assada passou a exigir menos do trato intestinal, gastando menos energia que fez com que aumentasse mais o cérebro, porque seria impossível ter um trato intestinal e um cérebro grande ao mesmo tempo, ou tem um grande, ou o outro, sem falar em poder se aquecer, espantar os animais, e matar as bactérias devido à temperatura.

            Já a Revolução Agrícola é trazida pelo autor como algo profundamente negativo, traz também dentro deste contexto uma análise sobre a felicidade do homem, será que ele era mais feliz quando eram caçadores-coletores? Ou passou a ser mais felizes quando se fixou a terra deixando de ser nômades através da Revolução Agrícola? Nas últimas páginas da obra traz essa reflexão, sobre a felicidade, ela vem de dentro ou de fora do indivíduo? Conforme a biologia vem de dentro através da dopamina, oxitocina, serotonina. Retomando ao ponto da Revolução Agrícola, ela é negativa porque com ela começa aparecer as mazelas sociais, como fome, concentração de riqueza, trabalho, e uma verdadeira explosão populacional.

            Para finalizar, a Revolução Científica é marcada pelos avanços no campo da ciência, da indústria. Agora o Homo sapiens brinca com a seleção natural, não mais ficando preso a tais conceitos, mas indo além, ao ponto de criar uma coelha chamada Alba Kac, de cor verde-fluorescente, implantaram em seu DNA um gene de uma água viva verde. No entanto, todo o avanço traz sérios problemas, as indústrias de alimentos apenas pensam no capital, os gados e os pintinhos, não são mais tratados como animais iguais a nós, o homem agora as tem como propriedade, e maltratando desde o nascimento até o abatimento para chegar as mesas dos sapiens e saciar sua fome.
Um livro que traz uma visão inovadora, não por ser nova, mas por traduzir em palavras entendíveis assuntos bastante complexos.


Moisés Alves Muniz / 23 de novembro de 2021

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